O segredo da Mina

Era fim de tarde na pequena vila de Berthan. Mulheres retiravam roupas do varal, algumas crianças correndo e brincando na rua empoeirada, enquanto um homem já se preparava para acender os lampiões da cidade. Aquela paz logo seria cortada com um grito assustador...

DRAGÃO!!!!!

Nessa hora, todos observam apavorados uma criatura descer no meio da vila. Um dragão, sem dúvida, e muita gente correu apavorada! O bater de asas do dragão levanta muita poeira, e mal deu para ver o que aconteceu em seguida. Das costas do Dragão, desce um jovem alto e forte, de armadura. Assim que desce, retira seu elmo. Daggeron Fireheart chega com pompa na pobre vila. Flamerunner, o pyrodraco de Daggeron, observa ao seu redor e olha para o jovem. Ele parece debochar do medo que as pessoas sentiam. Os motivos que trouxeram o jovem Fireheart à vila eram incomuns. Recebera uma carta de um velho conhecido da família, dizendo que deveria sair das fronteiras de Draconis e o encontrar em Mitrinia, naquela pequena vila, onde o acharia na Taverna do Dente Dourado. Com algumas palmas, Daggeron avisa a seu dragão que ele estará ocupado e que seu animal poderia ficar sobrevoando o ambiente e relaxar um pouco. Flamerunner ergue voo, levantando novamente mais poeira. As pessoas ficam admiradas com aquela cena. Então, Daggeron acha e entra na tal Taverna.


Dentro da Taverna, um jovem oriental está recolhido em seu canto, perdido em seus pensamentos. Dai Kane, pensava consigo mesmo o quanto havia se distanciado de casa. Não havia mais espaço para ele em Koda, após a morte de seu mestre. Agora ele era um Ronin, vagando pelo mundo para sustentar-se e tentar vingar a morte de seu Mestre. Ele estava recém chegado na vila, mas mesmo ele havia percebido que o clima não era dos melhores. Havia algo de melancolia no rosto dos homens, uma inquietação velada. Talvez... quem sabe, uma missão para ele. Isso poderia afastar os fantasmas de sua mente.

Do lado de fora, um homem encapuzado vaga pelas ruas. Já é escuro, e poucas são as pessoas andando na cidade. Na verdade, ele praticamente estava andando sozinho. Eddas Alvar tentava esconder sua natureza, mas ao mesmo tempo procurava entender o mundo dos homens, e de alguma maneira ajudá-los. Apesar de rejeitar os costumes que seus parentes Drows lhe ensinaram, ele realmente sabia muito pouco sobre a vida daqueles que jurou defender. Nesse momento, ele vê alguns homens chegando. Um deles estava muito ferido, sendo carregado numa maca pelos outros. Outro homem, um que vinha na frente, parecia o líder. Eles estavam do outro lado da rua, e Eddas podia ouvir o que o líder dizia.

-Levem este homem para a enfermaria. Tivemos mais uma comitiva fracassada! Se perguntarem por mim, digam que não estou para conversas hoje.

Nisso, o homem vai até a Taverna do Dente Dourado.

Daggeron espera em uma mesa pelo seu amigo. Dai estava não muito longe dele. Ambos viram um homem transtornado entrar, e todos os outros homens pararem o que faziam para vê-lo. O taverneiro logo foi acolhe-lo.

-Josh, o que houve? - pergunta o taverneiro.
-Me traga uma bebida. Forte! Hoje foi um dia daqueles... - após a fala, ele esmurra a mesa - Sem novidades, Bogan.

Alguns homens dos que estavam parados voltam para suas atividades, agora com mais tristeza em seus olhares. Seja o que for, todos estavam decepcionados com o que aquele homem falara. Alguma coisa precisava ser feita...

Off escreveu:Agora é com vocês, pessoal! O que vão fazer?

Uma silhueta negra caminhava pelas ruas escuras do vilarejo de Berthan, leves e silenciosos eram os passos de Eddas pela noite, noite essa que junto de sua capa negra o tornaram quase invisível, pelo menos para o grupo de homens que se aproximava à frente. O jovem drow decide se esconder no escuro para esperar sua passagem, não queria ser visto, sabia muito bem a reação que causava nos humanos, não havia necessidade alarma-los.

- Levem este homem para a enfermaria. Tivemos mais uma comitiva fracassada! Se perguntarem por mim, digam que não estou para conversas hoje. - Disse um dos homens, em seguida entrando na taverna.

Foi neste momento que Eddas percebeu que um dos homens estava sendo carregado por estar gravemente ferido, "Nada de bom poderia causar isso" foi o primeiro pensamento de Eddas, não importava oque fosse, o jovem não poderia ignorar, se ele de algum modo pudesse oferecer ajuda, ele o faria.

- O que houve com este homem? - perguntou Eddas ainda protegido pelo anonimato que as trevas lhe davam. Ele tentou soar de confiança, mas nunca teve muito exito nisto.

Ele pretendia não ser visto caso fosse possível, poucos confiam num drow, ainda mais um Alvar, podia correr o risco de ser descoberto, não por enquanto. Pouco se importava com o ódio causado por sua descendência de sangue, mas também não arriscaria a chance de o medo impedi-los de falar.

Sei que não ficou muito bom, mas não tinha ideia do que fazer. Faz tempo que não jogo nada.

Do lado de fora da Taverna, usando a escuridão ao seu favor, Eddas pergunta:


- O que houve com este homem?
-Ele está gravemente ferido. É um dos soldados que foram tentar resolver o problema com a mina de ferro... - falava um senhor que acabara de chegar ao local e cuidava dos ferimentos do soldado.

De perto, agora podia ver melhor o estado do soldado. Haviam lacerações no seu peito, com um buraco bem fundo entre os mamilos e o estômago. Sangue jorrava enquanto o médico tentava estancar e hemorragia. O soldado estava em estado de choque, gemendo e com olhos de pânico.

-Ele estava visitando...


-... a mina quando algo nos atacou de surpresa, e nossas lamparinas acabaram caindo. - falava o líder dos soldados, Josh, para o taverneiro - o ataque foi rápido, tive tempo apenas para sacar minha espada quando...

Nesse momento, Daggeron se aproxima do Taverneiro. Ele pede Hidromel e informações sobre seu amigo, que ainda não havia chegado. O Taverneiro se retira para conseguir a bebida que lhe fora pedida, enquanto Josh responde a segunda indagação do cavaleiro de dragões.

-As estradas sofreram um desvio recentemente, por causa da época das chuvas. Seu amigo pode demorar um pouco a chegar. Estou esperando uma comitiva de novos soldados e armas também...

Enquanto o Taverneiro pega a bebida, Dai se levanta de sua mesa e o chama com voz imponente:

- O que está fazendo as pessoas ficarem desse jeito?
- O que? Ah! - exclama o homem, que levou um susto com a presença do Ronin - Estamos tendo problemas com a nossa Mina de Ferro. Há algumas semanas que os trabalhadores foram atacados por alguma coisa lá dentro, e essa é a segunda comitiva para resolver o assunto, mas infelizmente sem sucesso...

Enquanto isso, Josh olha para Daggeron e o encara, como se estivesse tendo uma ideia.

-Escute, você não parece ser dessas terras. É um guerreiro? Estou esperando uma comitiva chegar faz uns cinco dias... Mas talvez você possa me ajudar. Posso garantir que será bem recompensado... - olhando para o Ronin conversando com o Taverneiro - TODA ajuda será bem vinda... Meus homens estão com medo do que possa existir na mina de ferro dessa vila. Se nada for feito, essa vila - e estas famílias - serão arruinadas! Preciso de guerreiros! 


Enquanto isso, Eddas consegue algumas informações úteis. Há uma mina de ferro ao norte da vila, e que coisas estranhas começaram a acontecer após os trabalhadores terem descoberto um novo acesso ao subsolo. E isso está empobrecendo a vila, que vive da exportação de ferro. Nesse momento, o médico - que nem sequer havia se virado, pois estava cuidando dos ferimentos do soldado - resolve saber com quem estava conversando. Eddas, no entanto, se retirara antes que alguém percebesse sua natureza. Em seus pensamentos, ele imagina se não são Drows desgarrados. Mas as marcas no corpo do soldado evidenciavam que havia alguma fera, ou feras, vivendo naquela mina. E, seja o que for, aqueles soldados não eram capazes de detê-las...

O que irão decidir?